segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Planos para as férias e cookies de gergelim e chocolate

Eu tiro férias umas três vezes por ano. E não é que eu seja muito importante, nem nada (inclusive porque na minha imaginação pessoas realmente importantes são as que menos tiram férias). Nem tenho, sei lá, 90 dias para tirar por ano. São só 30 dias, como quase todo mundo que eu conheço também tem. Mas eu posso dividir esses 30 dias em até três vezes. Uma coisa meio Casas Bahia. Casas Bahia de luxo, quero dizer, porque tenho de confessar que férias três vezes por ano é um luxo mesmo. Me julguem.

Quando vou tirar férias, eu planejo coisas. Todo mundo planeja coisas nas férias, é claro, e nem sempre são viagens maravilhosas ou períodos de bastante descanso. Nestas férias, por exemplo, eu planejei arrumar maneiras de diminuir o tanto de tralhas que tenho no quarto, doar minha coleção de revistas, fazer muitos caderninhos, ir à 25 de Março comprar tecido para fazer camisas e calças, cozinhar bastante, marcar muitos almoços e jantares com amigos... Por aí vai. Claro que não vou fazer nem 1/4 disso, mas sem drama.

No meu primeiro dia de férias, então, eu tinha agendado um almoço com amigas do tempo em que eu fazia direito, amigas tão queridas que encontrei quando fazia estágio na Promotoria Criminal. Naquela época, a gente mantinha uma lista de nomes engraçados que encontrávamos nos processos, e isso garantia umas boas risadas. Ah, meus 20 anos...

E, no mesmo dia, tinha um jantar com amigas do trabalho. Não mantenho com elas uma lista de nomes engraçados (fiquei velha?), mas, para dar uma ideia, evitamos escolher restaurantes muito quietos porque, sabe, somos barulhentas juntas. Bem barulhentas.

Vai daí que acordei para um dia cheio de compromissos bacanas. Só que pouco depois começou uma troca intensa de mensagens. Febre, filhos, namorados, problemas. Tudo adiado, no fim das contas. Tudo bem, é só partir pra outra tarefa, a lista estava grande.

Resolvi então cozinhar. Dava tempo de fazer várias coisas. Comecei por uma receita de cookies que fazia tempo que queria testar. Eu estava super animada, aí arrumei toda a cozinha, preparei os cookies e... tirei uma longa soneca! Dormi a tarde toda e acordei com tanta preguiça que tivemos de pedir pizza à noite! :)

Férias são tão boas, né?



Cookies de gergelim e chocolate
daqui

(xícara medidora de 240ml)
- 2 1/2 xícaras de farinha de trigo
- 1 colher de chá de bicarbonato de sódio
- 3/4 colher de chá de sal
- 240g de manteiga sem sal amolecida (usei 200g e foi ok)
- 3/4 xícara de açúcar mascavo (para medir, aperte o açúcar na xícara)
- 3/4 xícara de açúcar (usei cristal)
- 1 ovo grande + 1 gema
- 1 colher de chá de extrato de baunilha
- 1 colher de chá de molho de soja (isso! Shoyu!)
- 2 colheres de sopa de gergelim preto
- 1 xícara de chocolate meio-amargo picado
- cerca de 1/4 de xícara de gergelim preto para cobrir os cookies

Em uma tigela, peneire a farinha, o bicarbonato e o sal. Reserve. Na batedeira, bata a manteiga e os dois tipos de açúcar até ficar macio. Adicione o ovo e a gema e bata até ficar fofo; acrescente então o extrato de baunilha e o shoyu e bata mais um pouco até misturar. Misture, de uma só vez, os ingredientes secos já peneirados. Bata em velocidade baixa até ficar homogêneo. Por fim, com uma espátula, misture o gergelim e o chocolate. Cubra a massa com plástico e leve à geladeira por cerca de 45 minutos.

Pouco antes de tirar a massa da geladeira, preaqueça o forno a 180º. Com as mãos, faça bolinhas de massa, usando uma colher de sopa para medir, e role cada cookie sobre o gergelim que sobrou, para cobrir. Não precisa ficar 100% coberto, mas capriche no gergelim, é a graça da receita. Eu forrei a assadeira com aquele papel que não deixa grudar (não é papel manteiga, mas é bem parecido – não sei o nome!). Deixe bastante espaço entre cada bolinha, porque quando assa o cookie fica bem achatadinho. Leve ao forno por cerca de 12 minutos, até que o cookie fique dourado nas bordas. Fiz 3 fornadas, usando uma assadeira grande. Deixe esfriar sobre uma gradinha por pelo menos 10 minutos. Guarde em recipiente fechado. Os cookies duram poucos dias, porque o óleo do gergelim pode ficar com um gostinho rançoso depois disso. Mas, aqui em casa, durou 5 dias tranquilamente – dá bastante cookie e meu marido não é muito chegado em doces.

A receita original tem a palavra "salty" no nome, e de fato a massa deste cookie não é tão doce e tem um "salgadinho" no fundo. Mas é uma coisa bem suave, nada que assuste...

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Casa pequena, noite com amigos e chutney de manga

Minha casa é uma pequena bagunça, mas é o lugar em que mais gosto de estar. A cozinha é minúscula, com azulejos de um amarelo tão kitsch e ao mesmo tempo tão bacana. O quarto, além do básico (cama, cabideiro, cômoda etc), é atulhado com o material de fazer cadernos, a máquina de costura e por aí vai, e está sempre desordenado.
Mas a sala é meu lugar preferido. É cheia de livros e tralhas e lembranças de viagens, coleções bagunçadas, as paredes cobertas de fotos, desenhos e pôsteres. E temos um sofá confortável. Para os outros, pode ser apenas caótico, mas, para nós, é difícil sair daqui.

A Mulher-Maravilha, uma Vespa que veio da Itália pelas mãos da Melissa, potinho de Portugal, caixinhas de música da França e da Argentina, quadrinhos diversos, quebra-cabeças tcheco e ovo de Curitiba, soldadinhos de chumbo da feira de San Telmo em Buenos Aires, matryoshkas safadinhas de Paris e o relógio de corda que foi da minha avó paterna: uma pequena parte de todas as tralhas da minha sala

Eu troco qualquer jantar por uma reunião com amigos aqui mesmo. Desde que nos mudamos para cá foi assim. Por razões diversas, ficamos um tempo sem receber quase ninguém, mas, agora, aos poucos, estamos voltando a fazer isso.
Na semana passada, véspera de feriado, vieram os amigos com quem fiz jornalismo. Eles chegariam tarde e estava calor, então eu não queria fazer propriamente um jantar. Aí fiz o que minha mãe chama de "jantar só de entradas".
Para dar sustança, se é que essa palavra existe mesmo, fiz um empadão de frango e comprei uma quiche lorraine. Comprei também vários tipos de pães na Casa Santa Luzia, onde têm muita, muita variedade mesmo. Trouxe pão de azeitona verde, broa de milho salgada, pão de espinafre, baguete rústica, pão rústico de azeitona preta, ciabatta, pão português e pão folha (pois é, e lá tem muitos outros...).
Para acompanhar, comprei queijo de cabra com cinzas (nada de cara feia! É um queijinho macio e as cinzas não têm gosto de nadica de nada) e fiz berinjela ao forno (uma receita da minha mãe tão, tão fácil que eu nem sei porque é que ela ainda não postou aqui. Fica a dica, Fatiminha), patê de gorgonzola e de cebola e este chutney de manga que ensino abaixo.
O chutney, claro, é doce e salgado, mais doce do que salgado, e tem aquele saborzinho de comida indiana que eu adoro. Perfumado e muito gostoso, além de fácil de fazer.
A noite foi ótima e ficamos juntos até a madrugada, comendo, conversando e rindo.
Por mim, eu faria uma dessas por semana! ;)



Chutney rápido de manga
daqui
(fiz metade da receita abaixo e deu para encher o potinho da foto)

- 1/2 colher de chá de cominho em pó
- 1/2 colher de chá de coentro em pó
- 1/2 colher de chá de canela em pó
- 1/2 colher de chá de pimenta vermelha moída (usei pimenta ají vermelha)
- 1 pitada de noz moscada (ralei na hora, é oooutra coisa)
- 1 pitada de cravo em pó
- 1 pitada de curry em pó
- 3 xícaras de manga madura picada em cubinhos (detesto manga muito madura, usei uma que estava madura, mas ainda bem firme e não tão doce)
- suco de um limão
- 1/2 colher de chá de sal
- 1/3 xícara de açúcar mascavo
- 1/4 xícara de água

Em uma panela de fundo grosso, aqueça o cominho, o coentro, a canela, a pimenta, a noz-moscada, o cravo e o curry, sem parar de mexer. Quando estiver aquele cheirinho ótimo, junte o restante dos ingredientes e continue cozinhando em fogo baixo, mexendo sem parar por uns minutos, até engrossar.
O livro diz que pode ser servido quente, morno ou frio. Eu servi frio.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Lentilhas com pesto de rúcula e aspargos

Parece meio besta adorar lentilhas, eu sei. Mas eu adoro. E também adoro pesto de rúcula. E aspargos. Tudo junto, então, nossa, ficou bem bom!



Lentilhas com pesto de rúcula e aspargos
daqui

- 1 xícara de lentilha cozida al dente
- 4 xícaras de rúcula
- 1/2 xícara de cheiro verde (ops, ignorei. Detesto cheiro verde cru)
- 1/2 xícara de azeite
- 1 dente de alho descascado
- 1 colher de vinagre (usei limão, mas a quantidade foi a olho)
- 1 colher de chá de raspas de limão
- 1/2 maço de aspargos
- sal e pimenta
- queijo pecorino ralado na hora
- limão

Enquanto cozinha a lentilha, faça o pesto: bata no processador metade da rúcula, o cheiro verde (ou não, hehehe), o azeite, o dente de alho, as raspas e o suco de limão, sal e pimenta. Experimente e tempere mais, se preciso – usei bastante suco de limão.
Misture esse pesto às lentilhas ainda mornas. Prove de novo e corrija o tempero.

Grelhe os aspargos em azeite, sal e pimenta até que ele cozinhe e fique moreninho em alguns pontos. Corte em pedaços de mais ou menos 3 cm (ou algo assim).
Misture o aspargo grelhado com a lentilha e o restante da rúcula. Cubra com pecorino ralado na hora, a gosto (cuidado, pecorino é bem salgado). Se preferir, use parmesão.
A receita diz que este prato pode ser servido morno ou à temperatura ambiente. Preferi à temperatura ambiente mesmo. Delícia.