quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Casa pequena, noite com amigos e chutney de manga

Minha casa é uma pequena bagunça, mas é o lugar em que mais gosto de estar. A cozinha é minúscula, com azulejos de um amarelo tão kitsch e ao mesmo tempo tão bacana. O quarto, além do básico (cama, cabideiro, cômoda etc), é atulhado com o material de fazer cadernos, a máquina de costura e por aí vai, e está sempre desordenado.
Mas a sala é meu lugar preferido. É cheia de livros e tralhas e lembranças de viagens, coleções bagunçadas, as paredes cobertas de fotos, desenhos e pôsteres. E temos um sofá confortável. Para os outros, pode ser apenas caótico, mas, para nós, é difícil sair daqui.

A Mulher-Maravilha, uma Vespa que veio da Itália pelas mãos da Melissa, potinho de Portugal, caixinhas de música da França e da Argentina, quadrinhos diversos, quebra-cabeças tcheco e ovo de Curitiba, soldadinhos de chumbo da feira de San Telmo em Buenos Aires, matryoshkas safadinhas de Paris e o relógio de corda que foi da minha avó paterna: uma pequena parte de todas as tralhas da minha sala

Eu troco qualquer jantar por uma reunião com amigos aqui mesmo. Desde que nos mudamos para cá foi assim. Por razões diversas, ficamos um tempo sem receber quase ninguém, mas, agora, aos poucos, estamos voltando a fazer isso.
Na semana passada, véspera de feriado, vieram os amigos com quem fiz jornalismo. Eles chegariam tarde e estava calor, então eu não queria fazer propriamente um jantar. Aí fiz o que minha mãe chama de "jantar só de entradas".
Para dar sustança, se é que essa palavra existe mesmo, fiz um empadão de frango e comprei uma quiche lorraine. Comprei também vários tipos de pães na Casa Santa Luzia, onde têm muita, muita variedade mesmo. Trouxe pão de azeitona verde, broa de milho salgada, pão de espinafre, baguete rústica, pão rústico de azeitona preta, ciabatta, pão português e pão folha (pois é, e lá tem muitos outros...).
Para acompanhar, comprei queijo de cabra com cinzas (nada de cara feia! É um queijinho macio e as cinzas não têm gosto de nadica de nada) e fiz berinjela ao forno (uma receita da minha mãe tão, tão fácil que eu nem sei porque é que ela ainda não postou aqui. Fica a dica, Fatiminha), patê de gorgonzola e de cebola e este chutney de manga que ensino abaixo.
O chutney, claro, é doce e salgado, mais doce do que salgado, e tem aquele saborzinho de comida indiana que eu adoro. Perfumado e muito gostoso, além de fácil de fazer.
A noite foi ótima e ficamos juntos até a madrugada, comendo, conversando e rindo.
Por mim, eu faria uma dessas por semana! ;)



Chutney rápido de manga
daqui
(fiz metade da receita abaixo e deu para encher o potinho da foto)

- 1/2 colher de chá de cominho em pó
- 1/2 colher de chá de coentro em pó
- 1/2 colher de chá de canela em pó
- 1/2 colher de chá de pimenta vermelha moída (usei pimenta ají vermelha)
- 1 pitada de noz moscada (ralei na hora, é oooutra coisa)
- 1 pitada de cravo em pó
- 1 pitada de curry em pó
- 3 xícaras de manga madura picada em cubinhos (detesto manga muito madura, usei uma que estava madura, mas ainda bem firme e não tão doce)
- suco de um limão
- 1/2 colher de chá de sal
- 1/3 xícara de açúcar mascavo
- 1/4 xícara de água

Em uma panela de fundo grosso, aqueça o cominho, o coentro, a canela, a pimenta, a noz-moscada, o cravo e o curry, sem parar de mexer. Quando estiver aquele cheirinho ótimo, junte o restante dos ingredientes e continue cozinhando em fogo baixo, mexendo sem parar por uns minutos, até engrossar.
O livro diz que pode ser servido quente, morno ou frio. Eu servi frio.

4 comentários:

Rê Gallo disse...

Adorei o texto, as fotos, os cacarecos e as receitas. Bjs!

angela disse...

adorei, bjs

Ligia Gauri disse...

rindo e comendo demais! Foi ótimo e o chutney é maravilhoso! bjs

mariana Z. disse...

Bom, com vcs e especialmente com o Igor, não dá para parar de rir! :)