Estudo inédito promovido pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, na capital, revela que uma em cada dez manicures ou pedicures possui hepatite. E o pior: essas profissionais não adotam medidas de segurança necessárias para evitar o contágio e sequer sabem dos riscos de saúde relacionados à atividade que exercem.
Foram avaliadas 100 participantes, dos quais metade trabalhava em shopping centers e a outra metade em salões de beleza localizadas em ruas de bairros da capital. O trabalho de campo foi feito ao longo dos anos de 2006 e 2007, incluindo coleta de sangue e aplicação de questionário. Dez profissionais deram positivo para hepatite, das quais oito para o vírus do tipo B da doença e outras duas para o tipo C.
Embora 74% das profissionais tenham afirmado que sempre lavam as mãos antes e depois de fazer mão e pé das clientes, foi constatado que ninguém adotou esse procedimento enquanto a pesquisadora permaneceu no salão observando o atendimento. Das entrevistadas, 20% disseram que usam luvas no trabalho, mas só 5% foram observadas utilizando a proteção.
Das 100 manicures entrevistadas, 72% desconheciam as formas de transmissão de hepatite B, e 85% não sabiam como se pega hepatite C. Noventa e três por cento desconheciam formas de prevenção contra o tipo B, e 95%, contra o tipo C. E 45% acreditavam que não transmitiriam nenhuma doença a seus clientes.
O estudo apontou, ainda, que 74% das manicures não estão imunizadas contra a hepatite B, embora a vacina esteja disponível para esta categoria profissional, gratuitamente, pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
A enfermeira Andréia Cristine Deneluz Schunck de Oliveira, do Instituto Emílio Ribas, que é responsável pela pesquisa, alerta que essas profissionais usam o mesmo instrumental de trabalho para tirar a própria cutícula e, como em geral não adotam os cuidados adequados, é bem provável que estejam se contaminando com a hepatite e transmitindo o vírus também às clientes.
A pesquisadora sugere que as clientes dos salões de beleza procurem observar as condições de higiene e esterilização dos materiais e, se possível, levem seus próprios instrumentais quando forem fazer as unhas dos pés e das mãos.
http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/2009/02/09/ult4477u1335.jhtm
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